O piriforme é o nome de um músculo que fica localizado na região posterior profunda do quadril, bem próximo do nervo ciático. Ocorre que o ciático pode acabar sendo comprimido pelo músculo piriforme, causando uma alteração anatômica nessa estrutura. Essa alteração causa dores intensas e é conhecida como Síndrome do Piriforme.
A Síndrome do Piriforme é, portanto, uma das principais causas de dor na região glútea, provocada pela irritação no nervo ciático, decorrente do aumento da tensão ou espasmo do músculo piriforme. A ocorrência do problema é muito comum, por exemplo, em esportes que envolvem corrida, mudanças de direção ou descarga de peso excessiva.
Quem sofre com a síndrome costuma relatar a presença de dores profundas, que provocam a sensação de queimaduras na região glútea. Além disso, as queixas também incluem a irradiação da dor, como se ela descesse pelas pernas. Os sintomas são potencializados ao caminhar, correr, rotar ou abrir a perna lateralmente.
Diagnóstico, tratamento e prevenção da Síndrome do Piriforme
O rastreio de hábitos do paciente, seu histórico e o exame clínico são fundamentais para o diagnóstico adequado da Síndrome de Piriforme. Ademais, exames de imagem podem ser úteis para a confirmação do problema.
O tratamento pode exigir medicamentos, repouso e exercícios de reabilitação. Porém, nos casos mais graves, que não apresentam melhora a partir das indicações clínicas, é possível a indicação de cirurgia. Mas, nesse cenário, o Pilates surge como uma opção tanto para o tratamento quanto para a prevenção do problema.
A atuação do Pilates na Síndrome do Piriforme
O Pilates é, portanto, um dos grandes aliados no tratamento e na prevenção da Síndrome do Piriforme.
No tocante à prevenção, é possível utilizar um programa de exercícios de Pilates individualizados que envolvem, sobretudo, alongamento dos músculos glúteos, rotadores internos e externos do quadril. Além disso, é importante trabalhar a mobilização do quadril e dos membros inferiores.
Por sua vez, quando o assunto é tratamento, o Pilates auxilia na recuperação dos movimentos, da força e da flexibilidade dos membros inferiores. Assim, exercícios de transferência possibilitam o retorno do paciente ao esporte e às atividades da vida diária de forma segura e efetiva. Por exemplo, os movimentos que simulam o caminhar, o trote, a corrida, mudanças de direções e saltos.
4 exercícios de Pilates para prevenção e tratamento da Síndrome
Preparamos uma série de exercícios que podem ser realizados em qualquer lugar, a fim de que a integridade do piriforme e músculos associados seja mantida. Ou seja, você conseguirá tanto prevenir o problema, quanto tratá-lo com essa sequência.
1. Adaptação do Leg Stretch Séries do Barril
Posição do corpo: Apoie uma perna estendida ou flexionada sobre uma superfície estável. Procure manter o quadril alinhado.
Movimento: Mantenha-se na posição por alguns segundos e troque de perna. Incline o tronco para a frente, a fim de aumentar o alongamento.
Objetivo: Alongar toda a musculatura posterior da perna e do glúteo.
2. Bridging
Posição do corpo: Mantenha os pés apoiados no chão, com joelhos dobrados e coluna reta.
Movimento: Expire para elevar o quadril até formar uma linha reta do joelho ao peito. Inspire parado nessa posição e expire para retornar ao chão.
Objetivo: Fortalecer a musculatura extensora do quadril e do glúteo.
3. Bent Knee Opening
Posição do corpo: Deitado, eleve as pernas e mantenha uma posição de 90 graus para quadril e joelhos.
Movimento: Inspire para deixar as pernas se abrirem de forma controlada e expire para trazê-las de volta à posição inicial. Mantenha a coluna parada. Esse exercício também pode ser feito com os pés no chão.
Objetivo: Iniciar o trabalho da musculatura do core (centro) e o trabalho da musculatura interna e externa da perna.
4. Side Kick
Posição do corpo: Deite-se de lado, com a perna inferior dobrada e a de cima esticada na linha do corpo. Mantenha a coluna reta.
Movimento: Inspire, trazendo a perna superior para frente e expire, levando-a para trás. Durante todo o percurso da perna, mantenha coluna e quadril parados.
Objetivo: Trabalhar a musculatura do tronco por completo para se manter equilibrado e também a musculatura lateral, anterior e posterior da perna.
Se você conhece alguém que sofre com dores nos glúteos e posteriores da coxa, mande esse artigo.
* Artigo escrito por Bianca Dore, fisioterapeuta, bailarina e educadora de Pilates. Texto atualizado, originalmente publicado em 25 de março de 2016.