A enxaqueca é uma doença crônica, com traço genético, marcada por uma intensa e persistente dor de cabeça, que pode durar de algumas horas a vários dias. Além disso, a cefaleia tem característica incapacitante, interferindo na rotina de vida do indivíduo. Apesar de ser diagnosticada em qualquer pessoa, a incidência de enxaqueca é mais comum entre as mulheres, da adolescência à fase de jovem adulta. Nesse artigo, falaremos um pouco sobre o distúrbio e também sobre tratamentos que atuam de forma positiva no controle da enxaqueca, especialmente o Pilates.
Controle da enxaqueca: quais os sintomas mais comuns?
A principal marca da enxaqueca, como falamos na introdução desse artigo, é a dor de cabeça incapacitante, de intensidade alta e duradoura. Embora não seja uma sensação obrigatória, muitos pacientes relatam a percepção de que a cabeça está latejando, pulsando.
Além disso, a dor pode afetar qualquer área da cabeça, isso varia em cada pessoa. Inclusive, numa mesma pessoa, é possível sentir dores em regiões distintas em cada crise. Essa falta de padrão muitas vezes dificulta o diagnóstico.
Mas além da já tradicional dor de cabeça, é possível identificar inúmeros outros sintomas associados à doença, como por exemplo:
- A alta sensibilidade ao barulho, à luz e a certos aromas;
- Ocorrência de vômitos, enjoos e tonturas;
- Dormência e/ou formigamento no corpo;
- Mal-estar em ambientes em que haja movimento, por exemplo, em viagens de carro, ônibus, barcos etc;
- Presença de pontos luminosos na vista;
- Visão embaçada.
O que causa a enxaqueca?
São muitas as razões que levam uma pessoa a desenvolver enxaqueca, por isso, ela é considerada uma doença multifatorial. Porém existem algumas causas que são comumente associadas à enxaqueca. Porém, elas variam muito de paciente para paciente. São alguns dos fatores capazes de desencadear uma crise de enxaqueca, por exemplo:
- Longos períodos sem se alimentar;
- Noites mal dormidas;
- Alto consumo de alimentos como açúcares, carboidratos, derivados do leite, bebidas alcoólicas, café etc;
- Tabagismo;
- Substâncias com cheiro muito forte;
- Estresse;
- Exposição excessiva ao sol;
Diagnóstico da enxaqueca
Normalmente, o médico identifica a ocorrência simultânea de mais de três dos sintomas entre listados anteriormente, porque não existe um exame específico para o diagnóstico da enxaqueca. Além disso, também se faz uma investigação do histórico familiar, em razão do aspecto genético do problema. Mas vale a pena destacar que a enxaqueca também pode estar ligada ao estilo de vida e hábitos do indivíduo.
Ainda que o médico solicite uma bateria de exames de sangue e de imagens, os resultados não apontam nenhuma alteração relevante, nos casos de quem sofre com enxaqueca.
Mas como a atividade física ajuda no controle da enxaqueca?
Você deve estar se perguntando como a prática de uma atividade física é capaz de atuar no controle da exaqueca, uma vez que a doença se caracteriza basicamente por uma dor incapacitante que, teoricamente, interferiria na disposição para os treinos.
Mas a verdade é que uma pesquisa promovida pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) fez uma associação entre o tempo de atividade física praticada por uma pessoa e as crises de enxaqueca. Os resultados foram bem animadores.
Os dados foram divulgados no artigo Physical inactivity and headache disorders: Cross-sectional analysis in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), publicado na revista científica Cephalagia.
Os estudiosos concluíram, a partir da análise das informações, que a prática de atividade física em intensidade moderada, em um período de 150 minutos por semana, é capaz de prevenir a enxaqueca.
Ou seja, quanto mais ativo o indivíduo, menos chances ele tem de desenvolver as crises de enxaqueca. Da mesma forma, quanto mais sedentário, mais predisposto ele está às crises. Estudiosos apontam que o exercício estimula a produção de hormônios do bem-estar, como a endorfina e serotonina, aumentando a resistência à dor.
Assim, com a prática regular de atividade física é possível verificar uma redução tanto na frequência quanto na intensidade e também na duração das crises de enxaqueca.
Pilates auxilia na prevenção e no controle da enxaqueca
Portanto, a prática regular do Pilates contribuirá com a redução das crises de enxaqueca. O método surge como um instrumento acessório no tratamento e prevenção da enxaqueca, contribuindo com a qualidade de vida e bem-estar das pessoas que sofrem com o problema.
Mas, claro, é fundamental que o indivíduo esteja acompanhado por um profissional capacitado, que tenha o conhecimento necessário para avaliar cada caso.
O melhor é que, com a prática do método Pilates, o indivíduo não apenas reduz as ocorrências das crises de enxaqueca, mas também usufrui de uma série de outros benefícios.
Assim, com a prática regular do Pilates, a pessoa melhora sua composição corporal; desenvolve habilidades importantes, como flexibilidade, mobilidade e coordenação motora; ganha força; combate o estresse do dia a dia e muito mais.
O Pilates é a melhor opção para quem busca ter uma vida mais ativa e um processo de envelhecimento mais saudável, garantindo autonomia e independência em todas as fases da vida.
>> Para saber mais sobre o assunto, ouça o podcast com o Prof. Arão Belitardo de Oliveira, que é doutor em neurologia e neurociências; pós-doutorando em epidemiologia da atividade física, especialista em fisiologia do exercício; e diretor da Associação Brasileira da Cefaleias em Salvas e Enxaquecas (ABRACES).