Corpo, mente e espírito. A integração do corpo e a contemporaneidade.

O ser humano foi preparado para um estilo de vida extremamente social e ativo. Nossos antepassados nômades viviam em grupos e suas festas religiosas os reuniam em grandes círculos de música e dança. Suas atividades de caça e pesca visavam alimentar a si e aos integrantes de seu grupo. Seu corpo se movia para garantir-lhe a sobrevivência, muitas vezes fugindo da ameaça de predadores. Andar, correr, saltar nadar e subir em arvores não eram atividades físicas como sabemos hoje, eram movimentos cotidianos que com seus propósitos o colocavam como pertencente ao seu meio e sua comunidade, além de estabelecer conexões espirituais.

O fato de possuir um cérebro altamente desenvolvido o fez criar a roda, dominar o fogo e a agricultura, dando mais conforto e a oportunidade de fazer mais em menos tempo e sem deslocar-se por grandes distâncias.

Do fogo ao isqueiro, da roda ao automóvel, da vida em grandes grupos aos apartamentos familiares e da sobrevivência em comunidade ao lucro através do capital, surgiu em meados do século XX a Revolução Industrial aprisionando o homem a poucos movimentos repetitivos, como Charles Chaplin nos apresentou em seu filme: “Tempos Modernos”.

De lá para cá, a tecnologia avança a passos largos, nos sentando em frente a televisores, computadores e telefones celular. Nos afastamos das habilidades de nossos corpos e da nossa vida social e espiritual. Conversas foram substituídas por mensagens, as expressões faciais viraram emoticons, o coração bate em uma tela e as famílias viraram grupos de WhatsApp enquanto permanecemos sentados, apertando botões.

É como se andássemos no caminho contrário ao da evolução da espécie humana, num processo de regressão funcional e social perdendo cada vez mais as características que nos fizeram a espécie dominante, o topo da cadeia alimentar.
Nos conectamos ao mundo e nos desconectamos de nós mesmos, aprisionados em cadeiras e sofás, adoecemos enrijecidos. Depressão, pânico, lombalgia, cervicalgia… O corpo foi rebaixado a objeto da dor e dolorosamente ocupa o cargo de “meio de transporte da cabeça”.

L. Ehrenfried, em seu livro, “Da educação do corpo ao equilíbrio do espírito” afirma com veemência: “A função modifica a forma! A forma é efeito da função”. Se não damos mais função ao nossos corpos, perdemos os alinhamentos de articulações, músculos, ligamentos, tendões, fáscias, órgãos e até nosso cérebro é afetado pelo bloqueio de fluxos nervosos e energéticos. Se fôssemos um rio, o fluxo das águas deveria estar livre de pedras que impedissem sua passagem.

O equilíbrio do corpo humano é dinâmico e não estático! Logo, o desequilíbrio de qualquer uma das partes afeta todo o sistema levando a uma gama de problemas crônicos para os quais a medicina convencional tem pouco a oferecer por tratar o ser por partes, apesar de este ser um todo indivisível onde nada é indiferente e tudo está interligado.

As abordagens de movimento que integram o corpo, a mente e o espírito, como Pilates, GYROTONIC®, Yoga, Feldenkrais, trazem ao foco o alinhamento das estruturas do corpo restaurando sua mobilidade e flexibilidade, facilitando a comunicação interna e vital e ampliando a eficiência de seus movimentos com menos gasto de energia. Realizamos assim as nossas atividades com competência, sem esforço e com alegria e harmonia.

Equilibrar o “in” e o “out” é necessário e urgente para que alcancemos o que Joseph Pilates chamava de “Saúde Integral”, que certamente nos levará a famílias, cidades, países e a um mundo (por que não?) melhor!

“Se há luz na alma
Haverá beleza na pessoa
Se há beleza na pessoa
Haverá harmonia na casa
Se há harmonia na casa
Haverá ordem na nação
Se há ordem na nação
Haverá a paz no mundo”
– Provérbio Chinês –

Bibliografia:
PILATES, Joseph Hubertus. Sua Saúde e O retorno a vida pela Contrologia.
OSCHMAN, James L. Energy Medicine – The scientific basis.
DAVIS, Carol M. Complementary Therapies in Rehabilitation.
EHRENFRIED, L. Da educação do corpo ao equilíbrio do espírito.

+Q Pilates, Atividade Fisica, bem-estar, consciência corporal, evolução humana, mais que pilates, Movimento, Thalyta Oliveira
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