Fluidez: muito mais que movimentos suaves

Fluidez: muito mais que movimentos suaves

Com certeza você deve ter ouvido falar nos 6 princípios básicos do Método Pilates, já que são um dos primeiros conhecimentos que adquirimos quando iniciamos nossa carreira dentro deste incrível método. Independente de qual linha de trabalho escolhemos para nos profissionalizar, este é um ponto em comum em quase todas as escolas. Uma variação ou outra, mas tudo gira em torno deles:

  1. Centralização
  2. Concentração
  3. Controle
  4. Respiração
  5. Precisão
  6. Fluidez

Hoje vou me aprofundar em apenas um dos princípios, o da “Fluidez”.
Para começar, separei alguns trechos sobre o assunto de alguns autores importantes:

“Movimento fluido, a partir do centro de força para fora. Os exercícios levam você a uma vasta gama de movimentos de uma forma controlada e fluida. Não se apresse em nenhuma das etapas, movimente-se suave e uniformemente.” (Gallagher e Kryzanowska, 2000, p.12)

“Para obter a máxima fluidez, deve-se realizar o mínimo de movimento, sobretudo nas transições dos exercícios. Cada um dos exercícios está ligado a outro; na verdade, não há nenhum momento em que o movimento cesse. Os exercícios são sequências de movimentos brandos, sem procedimentos bruscos e com uma dinâmica específica. Nada deve ser demasiado rápido, nem demasiado lento. Velocidade não significa bom ritmo, embora a lentidão possa chegar a ocasionar tensões.” (Aparício e Perez, 2005, p.40)

“Os movimentos apropriados são naturais às pessoas como são aos animais. Assim Pilates e Miller exemplificam o Princípio da Fluidez, observando em um gato, ao acordar e espreguiçar, o quão sabiamente ele realiza as etapas gradual, lenta e fluentemente.” (Panelli e De Marco, 2006, p.37)

“Preste atenção em um gato abrindo preguiçosamente os olhos, olhando lentamente ao seu redor e gradualmente se preparando para levantar depois de um cochilo. Primeiro, ele pouco a pouco levanta seus membros posteriores e depois volta a abaixá-los, ao mesmo tempo em que se espreguiça no chão aproveitando para alongar suas patas anteriores, com suas garras e pernas estendidas. Observe atentamente como todos os músculos das costas ficam ondulados quando ele se estica e relaxa.” (Pilates e Miller, 2010, p.128).

O princípio da Fluidez está relacionado diretamente ao movimento. Ele deve ser gradual, sem trancos, executado de forma controlada e fluida. Os exercícios devem ser constantes, sem pausas bruscas ou solavancos. Tudo isto está correto, porém não podemos esquecer que este princípio também está ligado às transições de um exercício para o outro, muito bem observado por Aparício e Perez.

Como trabalho com o Método Pilates Clássico, muitas vezes sou questionada do por que trabalhar com a sequência de exercícios, na ordem feita por Joseph Pilates (para o Reformer e o Mat). Pode parecer algo ultrapassado, mas existem vários motivos para trabalharmos assim, e um dos mais importantes é justamente o de poder alcançar de forma completa este princípio.

Quando ensinamos nossos alunos/pacientes a sequência, não ensinamos só os exercícios, mas também a forma correta de passar de um exercício para o outro, o que chamamos de transição. Muitas vezes a transição é quase outro exercício, e desta forma o movimento flui sem parar até o final da sequência, como uma dança, uma coreografia! Com o comando verbal adequado não há dificuldade nenhuma para os alunos/pacientes conseguirem executar a aula desta forma, pelo contrário, isto faz com que eles trabalhem de forma intensa outro princípio, a “Concentração”.

Concluindo, não podemos pensar que o Princípio da Fluidez está relacionado única e exclusivamente ao movimento. Sim, ele deve ser suave, controlado e constante; mas também temos que lembrar da importância das transições de um exercício para o outro para podermos usufruir de todos os benefícios que os princípios deste fantástico método pode nos trazer.

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