Desvendando o Parkinson no ambiente Pilates (segunda parte)

Por Selma França

Os pacientes sofrem um comprometimento na marcha. Além de andarem em bloco a marcha fica lenta, o comprimento do passo vai diminuindo, a dificuldade com movimentos sinuosos se evidencia, além da dificuldade de iniciar o movimento e levantar os pés do chão. Flexores de quadril encurtados, joelhos flexos e articulações com contratura fazem com que a marcha seja algo difícil e com um grande gasto energético contribuindo para maior morbidade.

Neste momento devemos combinar técnicas de fasciaterapia, RPG, FNP, entre outras direcionadas a essa situação.

É muito importante o estímulo do alongamento axial pois melhora a posição do pescoço e dá espaço nas vértebras facilitando a mobilização saudável da coluna. Outro ponto importante é a melhora da relação da cabeça com a caixa torácica, a pelve e os pés. A anteriorização do pescoço influi na deglutição e mastigação, e a capacidade de falar fica prejudicada (neste caso quando a doença avançou). A relação entre estas partes precisa ser levada em consideração dentro do programa de tratamento.

 

No tremor em repouso, o que se tem mais falado é da necessidade de se fazer movimentos com foco na execução precisa, já que o tremor se manifesta mais na situação de repouso. Também é recomendado o trabalho em cadeia fechada, na tentativa de reeducar o cérebro a manter o membro parado.

Na bradicinesia, o estímulo a iniciar movimentos com ritmos e dinâmicas diferentes pode ser benéfico e deve ser bastante indicado podendo ajudar na conquista de importantes reflexos de proteção, pois o Parkinsoniano cai com muita facilidade. É preciso re-treinar isso sempre!

A variação de exercícios deve estar presente e uma vez que se tenha repetido e aprendido, pode-se incluir outros com mudanças de ritmo, pois isso poderá nutrir o sistema nervoso central de mais habilidades nas tarefas inusitadas.

Segundo as pesquisas, a prática desses exercícios regulares está associada à produção de substâncias que protegem as células cerebrais possibilitando a formação de novas conexões neuronais, proporcionando uma melhor comunicação entre diferentes partes do cérebro. Essa estimulação além de melhorar a função cognitiva, o equilíbrio e a agilidade, reduz o risco de quedas.

É comum ao Parkinsoniano, a sensação de estar preso no próprio corpo, a dificuldade com a fala, a dificuldade para realizar tarefas simples, a lentificação dos movimentos, a dificuldade de fazer curvas, a diminuição de reflexos e alterações na forma de caminhar, e ainda uma dificuldade de iniciar os movimentos com uma sensação de travamento.

Por isso mesmo, para portadores destas doenças degenerativas, as AVDS devem ser retreinadas sempre, utilizando os elementos acima mencionados nesse texto facilitando a independência dos alunos/pacientes/clientes. Um dos objetivos mais importantes neste programa é tentar tornar a existência desses portadores mais leve e, porque não dizer, mais feliz?

Confira abaixo o vídeo sobre o comprimento do passo:

 

 

 

 

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