Responsável pela perda da produtividade em determinadas áreas das atividades ocupacionais, a dor cervical sempre esteve presentes em determinadas atividades laborais sendo responsável por um grande número de afastamentos no trabalho causando prejuízos à indústria e ao comércio. É um dos quadros mais dolorosos da coluna e constituem a segunda queixa de dor no homem adulto, perdendo apenas para os quadros de cefaleia e dor lombar. Podemos classificar a dor cervical em primárias e secundárias.
As dores primárias são relacionadas às estruturas da coluna e do ombro (cápsulas, nervos, ossos discos intervertebrais e músculos) e as secundárias teriam como origem uma disfunção em outro local que reflete na região. Podemos, ainda ter outras definições da causa que podem ser de origem mecânico-degenerativa (primária) e não mecânicas: psicogênicas, psicossomáticas e referidas (secundárias).
Com a evolução de celulares e suas múltiplas funções que tornam a comunicação mais rápida, a sociedade vem apresentando um novo comportamento ao passar grande parte do tempo utilizando esses aparelhos e em posições que causam sobrecarga mecânica na cabeça e nos ombros, provocando muitas tensões e dores nessa região.
As causas da cervicalgias são muitas, desde fatores genéticos, desordens posturais importantes, sedentarismos, excesso de movimentos em membros superiores e pescoço, até a dificuldade para enxergar que fazem o indivíduo deslocar a cabeça para longe do alinhamento correto da coluna…
” A cervicalgia também pode estar relacionada a traumas, a alterações da temporomandibular, movimentos bruscos do pescoço, estresse, desorganização postural etc.”
Antes, a incidência da cervicalgia ocorria no avançar da idade e relacionada à atividade profissional exercida, hoje já se sabe que com a mudança do comportamento referente ao uso dos aparelhos multifuncionais muda-se a perspectiva da predisposição, estando na lista, todas as pessoas que fazem uso de modo inadequado e de forma prolongada. A cervicalgia também pode estar relacionada a traumas, a alterações da temporomandibular, movimentos bruscos do pescoço, estresse, desorganização postural etc.
Já a cervicobraquialgia, é uma dor cervical que se estende pelo membro superior e, normalmente, está associada à compressão de nervos localizados nas vértebras, causando dor irradiada, alterações na sensibilidade, dormência rápida ou prolongada e, em casos mais graves, falta de força e incoordenação dos movimentos dos membros superiores, causando limitação nas atividades que exigem o uso dos braços e do movimento da cabeça. Se pensarmos que precisamos utilizar os braços e o olhar para exercer a função de sobrevivência, saberemos que, quanto mais grave for a dor ou lesão nessas áreas, maior dificuldade teremos ao executar tarefas importantes para atuarmos de forma eficiente na nossa vida diária.
Quando não cooperamos para a saúde de forma consciente, relaxando, alongando e estabilizando músculos, podemos contribuir para um ciclo que chamamos espiral descendente da dor: dor, espasmo, imobilidade, dor, espasmo imobilidade. Quanto maior espasmo e imobilidade maior será a dor e vice-versa.
Quando a imobilidade do pescoço fica alterada e o sujeito assume uma posição de defesa, contribui-se para uma maior limitação funcional e, por isso, é necessário procurar um médico que vai investigar através de exames e testes clínicos para saber qual patologia está se instalando no presente no momento, qual o estágio em que se encontra e, depois dessa avaliação, aplicar a abordagem que poderá auxiliar no processo de recuperação da área acometida. Uma vez que se tenha definido a patologia e o seu estágio, é importante iniciar o tratamento fisioterapêutico por meio de técnicas manuais e exercícios de reorganização.
No campo de exercício físicos, destaca-se o método Pilates que tem beneficiado os portadores dessas desordens na cervical e no corpo como um todo.
Pilates é um método de condicionamento físico que tem como pressuposto a integração da mente corpo e espírito através da consciência corporal ajudando o indivíduo a entender qual o tipo de atividade ou padrão de movimento que vem contribuindo para o aparecimento da cervicalgia, de modo que ele possa evitar que a área se torne mais dolorosa ou o quadro se complique mais.
O método trabalha o equilíbrio muscular, o realinhamento postural e a reeducação da função através de equipamento de mecanoterapia, feitos de madeira e de molas que exercem uma resistência e que também ajudam na realização de exercícios. No caso específico das cervicalgias, atua como normalizador do tônus da área do pescoço e adjacências, diminuindo os espasmos e organizando a desordem causada pela dor e pela imobilidade.
É excelente para tratar dores na coluna, pois trabalha ativando os músculos que mantêm a coluna em posição favorável, além de dar mobilidade músculo- articular equilibrando hipermobilidade e hipomobilidade da coluna, estabilizando e alongando os ombros, braços e pescoço e, enfim, organizando biomecanicamente toda a cintura escapular. Um outro ponto importante na terapêutica do método Pilates é a respiração que promove um relaxamento das estruturas ao mesmo tempo em que ativa músculos que fazem o famoso “core control”, o núcleo de força abdominal constituído pelos músculos profundos do tronco atuando conjuntamente com os músculos do assoalho pélvico.
Dessa forma, gera-se mais estabilidade ao corpo como um todo ao mesmo tempo em que simula as ações que o indivíduo precisa reeducar, contribuindo para o refinamento e a coordenação que normalmente é perdida quando se tem dor excessiva e lesão. Procure um profissional de Pilates certificado e experiente para que o seu corpo esteja sempre saudável, equilibrado.
Selma França / CREFITO7 Nº 8623 LTT-F