Ritmo, pulsação, fluência, movimento, música, dança. São palavras simples, que se completam, interagem entre si e são facilmente encontradas em um aula de Pilates. Mas, muitas vezes, não passam do mundo das palavras deixando de lado poderosas ferramentas que podem engrandecer favoravelmente o trabalho em sala de aula.
O ritmo nasce dentro de nós e vive conosco durante toda a nossa vida. Ritmo cardíaco, ritmo respiratório, ritmo circulatório, ritmo crânio sacral… Todos os sistemas do nosso corpo funcionam de maneira ritmada, em uma fluência que visa a harmonia e nos leva a saúde perfeita e como em um corpo de baile de ballet, quando alguém “sai da música”, todo o conjunto é afetado.
Movimento e música existem em todas as culturas e civilizações, e não é exagero dizer que o homem se expressa através do corpo desde os primórdios da humanidade, motivado por impulsos religiosos, eróticos, bélicos, fúnebres, etc. Dessa necessidade de expressão surgiu a dança.
A minha grande escola de movimento é a dança e com ela conheci meu corpo, suas possibilidades de movimento e de expressão artística. A música foi protagonista e cúmplice dessa história com sua sensibilidade, humanidade e a capacidade de nos levar a outros lugares. Quando comecei a estudar Pilates, percebi que a música tinha ficado em segundo plano, agora uma coadjuvante, como música ambiente, música de elevador, que está lá mas ninguém ouve.
E foi variando a seleção musical que a música se tornou, para mim e para meus alunos, um grande estímulo para as aulas. Compondo a playlist, temos de Bach e Tchaikovsky, passando por Cartola, Pixinguinha, Elis Regina, Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, James Brown, Amy Winehouse, Adele… A música dá o tom e a energia da aula criando um ambiente favorável a novas experiências de movimento e sim, ajuda na concentração!
Mas a cereja do bolo foi o Curso de Reformer Condensado que participei em Salvador! Onde revivi a sensação do ritmo e fluência através de suas coreografias que embelezam o repertório de Reformer. É indescritível a sensação de dançar no equipamento, e o mais fantástico foi conseguir aplicar esse modelo de aula em todos os equipamentos e com todos os alunos!
Claro, assim como qualquer aula, vale aqui a regra do bom senso e do olhar crítico que atenda em primeiro lugar às necessidades e objetivos do aluno, mas mesmo se conseguirmos colocar um grupo de alunos respirando em sincronia ou se movendo sensitivamente como um conjunto, a música levará suas mentes e corpos a um nível transcendente, onde todos os princípios acontecem.
A música tem efeitos poderosos nos seres humanos que envolvem e afetam diversos mecanismos do corpo, dando à música sua habilidade única de acessar a mente e o corpo ao mesmo tempo. Alguns estudos e pesquisas indicam que a presença da música eleva consideravelmente o ritmo respiratório e cardíaco, aumenta a força muscular, favorece o controle proprioceptivo facilitando a reabilitação de indivíduos portadores de patologias neuromusculares ou ortopédicas, incentiva o aprendizado motor em crianças e, apesar de ainda não compreendidos, existem efeitos neurológicos da música nos casos de desconforto e dor devido à diminuição de estresse, tensão e ansiedade.
Uma seleção de músicas apropriada ajuda o praticante a se conectar num nível mais profundo com sua respiração, alinhamento, estabilidade e propriocepção favorecendo a integração completa do seu corpo e o alcance da saúde integral, que é o grande objetivo da técnica que Joseph Pilates nos deixou. Vamos soltar o som e ganhar demais com isso! Aproveitem!
“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” Friedrich Nietzsche
Fonte:
Balancedbody.com
Pilates.pro.com
Ideafit.com
Unm.edu
ELLMERICH, Luis. História da Dança. Ricordi, 1964.