Entrevista: Alice Becker fala sobre o Pilates no Brasil

Alice Becker, precursora do Pilates no Brasil

Alice Becker é presidente da Polestar Brasil e Educadora Master da Polestar Pilates, maior escola de Pilates do mundo, presente em mais de 60 países. Bailarina de formação, Alice é uma sumidade do Pilates no Brasil, reconhecida internacionalmente por sua sólida formação. Ela foi a responsável por introduzir o método no Brasil.

Nessa entrevista, ela conta sobre sua formação e trajetória profissionais, como se apaixonou pelo Pilates e todo o processo para trazer o método ao Brasil. Além disso, a presidente da Polestar Pilates Brasil aborda o cenário e o mercado atual do Pilates e os desafios que enfrentam os profissionais. Confira.

Você foi responsável por trazer o Pilates ao Brasil. Como foi vivenciar essa experiência de investir em algo inovador?

As coisas aconteceram naturalmente, como consequência dos resultados que obtive com a prática do método no meu próprio corpo. Tudo começou durante um mestrado em dança em Valência, uma pequena cidade ao norte de Los Angeles (EUA), na CAL ARTS (California Institute of the Arts). Uma das matérias do currículo era o Pilates. Tínhamos aulas de Pilates Mat, o método executado no solo, sem equipamentos. Mas, a princípio, não fiquei muito encantada pelo método.

Certa feita, conversei com uma grande amiga, com quem dividia apartamento, Lana Halvorsen sobre meu desinteresse nas aulas de Pilates Mat. Ela havia feito uma formação em Pilates e adorava o método. Então, resolveu me dar algumas aulas no equipamento Reformer, numa sala pequena da escola. Lá havia dois destes equipamentos, fabricados pela então Current Concepts, que hoje é a Balanced Body.

Assim, ela foi “traduzindo” os movimentos que íamos executando naquele intrigante equipamento na linguagem da dança. Então, fui me encantando e percebendo o potencial daquilo, para me ajudar a adquirir a técnica corporal necessária para dançar melhor. Sempre tive um corpo difícil para as exigências da dança profissional daquela época, que seguiam o padrão internacional enraizado na virtuose do balé clássico. Resolvi que precisava conhecer mais a fundo esse método incrível e seus equipamentos “mágicos” e decidi, ao longo do último ano do meu mestrado, fazer a formação de instrutora de Pilates em paralelo.

Alice Becker fala sobre Pilates no Brasil

Formação

Minha professora de balé, Clair Duncan, recomendou a formação da mestra dela, a Marie Jose Blom, do Long Beach Dance Conditioning, que ficava em Sand Diego. Hoje, Marie é uma sumidade mundial no Pilates, mas naquela época ninguém que ministrava Pilates era famoso nem conhecido fora do meio ou do ambiente da dança. E assim, diariamente, eu viajava cerca de 2 horas após as aulas do mestrado para estudar com a Sra Blom.

Em pouco tempo, percebi o desenvolvimento da qualidade de movimento, que as décadas de treinos anteriores não haviam me proporcionado. Parecia mesmo mágica. Em um mês, minhas aulas de balé mudaram completamente, meus professores ficaram muito surpresos com a rápida evolução do refinamento da minha técnica corporal para a dança. A consciência corporal que o Pilates promove, a precisão, a integração de todo o corpo nos movimentos e tudo mais que o método proporciona fazem e fizeram uma revolução completa no meu movimento e na minha dança.

O que te motivou a tomar essa decisão?

Depois de ver meu corpo se transformar completamente, a minha técnica atingir um nível muito alto de performance em muito pouco tempo, além da profunda consciência corporal que adquiri, decidi que traria o método para o Brasil de qualquer forma. Eu tinha que compartilhar isso com meus conterrâneos.

A motivação foi pensar que se eu, que tinha um corpo tão difícil para a dança, havia conseguido aquele nível de resultado e performance, imagine onde poderiam chegar os meus colegas de profissão? Muitos deles muito mais bem dotados. Outros, lesionados por conta da alta exigência e impacto que o profissional da dança sofre diariamente. Os resultados seriam incríveis para todos.

Você chegou a ter algum receio de como seria a aceitação do método por aqui?

Eu não tinha dúvidas de que seria um sucesso. Inicialmente, essa certeza vinha do fato de que beneficiaria toda a classe profissional de dança. Todos eles precisavam de uma preparação corporal com estes princípios integralizados que o Pilates oferece. Seriam, portanto, fundamentais para amenizar o imenso esforço físico e desgaste diário.

Logo que comecei a estagiar com Marie Jose Blom no estúdio dela, a clientela era quase que exclusivamente de jovens bailarinas. Marie as preparava para a futura atividade profissional. Os pais das bailarinas ficavam na recepção do estúdio esperando as filhas fazerem a aula de Pilates. Então eu provoquei alguns deles para experimentarem o método durante essa espera. O resultado foi excelente também para estes clientes “normais”. Ou seja, eles se sentiam mais fortes, saudáveis, e muitos ficavam livres de dores e desconfortos.

A partir daí, imaginei aquele método genial no Brasil. Eu queria oferecer a todos que tinham mais dificuldades com o corpo, assim como eu, a possibilidade de descobrirem o enorme potencial particular de movimento que reside em cada um. Não pestanejei. Vendi meu fusquinha, meu fogão e minha geladeira e investi na formação e certificação de professora de Pilates, que concluí em 1990. Além disso, comprei um Reformer para trazer comigo de volta ao Brasil  e montei meu primeiro estúdio de Pilates, e também o primeiro do Brasil, dentro do meu apartamento, em Salvador, Bahia em março de 1991.

Entrevista com Alice Becker: Pilates no Brasil

Quando decidiu apostar no Pilates, você tinha uma carreira muito sólida na dança, com uma história consolidada e reconhecimento internacional. Como aconteceu essa migração?

Eu não precisei parar de dançar para trabalhar com o Pilates. Ao contrário, trouxe o Pilates comigo para o Balé Teatro Castro Alves (BTCA). Eu já trabalhava como bailarina, e passei a acumular função de professora de Pilates da companhia. Posteriormente, também fundei e coordenei o Núcleo de Saúde do Bailarino. Além disso, dava aulas no estúdio em minha casa, trabalhando então três turnos. De manhã, começava às 7h com as aulas de Pilates. De meio-dia às 20h, trabalhava no BTCA. À noite, ainda dava aulas até as 22h.

O salário no BTCA naquela época era muito baixo, equivalendo ao salário mínimo. Então, as aulas de Pilates complementavam minha renda. Assim, elas me permitiam não apenas dançar melhor, mas também me manter profissionalmente da dança, coisa rara na época.

Logo, meus colegas de profissão viram minha transformação e quiseram “tomar a mesma poção mágica”. Em pouco tempo, meu estúdio estava repleto de bailarinos que melhoravam suas performances e se curavam de dores e lesões. Simultaneamente, foram chegando muitas pessoas que não eram da dança, mas também queriam melhorar seus corpos, sua performance na vida e sua saúde geral.

Crescimento do studio

Quando me dei conta, tinha fila de espera de mais de 40 pessoas. Então decidi comprar mais um Reformer para poder receber mais alunos nas turmas. Quando tudo parecia ter normalizado, tive um problema de saúde na minha primeira gestação, em 1994. Da noite para o dia, tive que ficar de repouso. Minhas alunas mais antigas – também profissionais da dança-, passaram a dar as aulas, enquanto eu as orientavam de longe, direto da minha cama. Alguns anos depois, em parceria com estas professoras que já davam aulas regulares no meu estúdio, abri mais três estúdios em Salvador. Eles foram instalados em regiões diferentes da cidade, e o projeto então cresceu de forma natural e orgânica.

Fazíamos um bom trabalho, e o resultado eram as indicações. Diariamente, chegavam pessoas novas, recomendadas pelos nossos alunos. Recebíamos todo tipo de clientes, muitos com dores e disfunções. Nós os orientávamos a moverem de forma organizada e consciente, e eles saíam sem dores e totalmente recuperados. Nenhuma de nós tinha experiência ou formação clínica. Os profissionais dessa área no Brasil não haviam ainda se atentado para o movimento como ferramenta de reabilitação.

Fui buscar ajuda nos EUA e descobri a Polestar Education, que utilizava o Pilates como ferramenta na reabilitação de pacientes. Em 1998, eu trouxe Brent Anderson, fisioterapeuta, doutor em movimento e presidente da Polestar, para treinar minha equipe e nos ajudar a compreender o que fazíamos com essa clientela complexa. Foi encantamento mútuo, e me tornei licenciada da Polestar Pilates no Brasil e América do Sul. Passei a organizar os cursos da Polestar também na Argentina, Uruguai e Chile. Seguimos juntos até hoje, treinando profissionais de Pilates em todo o Brasil.

Mais de três décadas se passaram desde que você introduziu o Pilates no Brasil. Se você tivesse que apontar as três principais mudanças de lá para cá, quais seriam?

Primeiramente, o Pilates era caro, raro e para poucos. Hoje, democratizou e temos estúdios de Pilates em praticamente todas as cidades brasileiras, com preços variados e mais acessíveis também.

Em segundo lugar, as formações custavam em dólar, você tinha que sair do país, os equipamentos eram importados e caros. Hoje, temos formações de Pilates e fábricas de equipamentos brasileiras e de todos os tipos e qualidades, democratizando o método.

Por fim, ninguém conhecia o Pilates, não existiam as mídias sociais. Para divulgar e explicar, era um processo complexo. Hoje, todos conhecem o método, o Pilates entrou nas mídias, ficou famoso. Porém, muitos ainda não sabem de verdade o que é Pilates, sua profundidade, seriedade e necessidade de dedicação para se fazer um bom trabalho.

As pessoas ainda não compreendem o que é boa escola de formação ou um bom profissional de Pilates. A coisa cresceu de forma rápida e desordenada, e tem muita gente fazendo um trabalho de baixa qualidade. Isso por não saber que existem diferenças que são fundamentais entre as formações e os profissionais que atuam no mercado.

Como você enxerga o cenário de hoje do Pilates no Brasil? Quais são os principais problemas e desafios?

Acredito que a desinformação sobre o que é ou não é Pilates de qualidade, se torna o principal desafio do Pilates no Brasil, causando danos à população e conflitos de interesses no meio profissional. Essa falta de parâmetros claros sobre o que é um bom Pilates gerou oportunidade para que interesses não tão nobres ganhem espaço, em detrimento de objetivos fundamentais para a longevidade que os benefícios do método trazem.

Como ainda não temos parâmetros claros sobre o Pilates, qualquer coisa que leve esse nome na frente é cobiçada. Muitos profissionais no mercado não fizeram uma formação completa e consistente. Muitos fazem pequenos workshops de final de semana em eventos ou assistem vídeos e começam a dar aulas. Outros fazem formações rápidas e de baixo custo e qualidade e já entram no mercado.

Nos últimos anos, surgiu um outro equívoco, por conta de uma estratégia de diferenciação no mercado. Isso criou um movimento separatista no meio profissional de Pilates, num momento em que ele precisa de união, para salvaguardar um futuro saudável e promissor.

E qual foi essa estratégia?

Começou nos EUA, quando uma fabricante de equipamentos de Pilates passou a utilizar o nome “clássico” para adjetivar seus equipamentos. Foi uma tentativa de se diferenciar no mercado poluído de fabricantes de baixa qualidade. No Brasil, mais recentemente, o termo vem sendo copiado e mal utilizado de forma geral. É uma tentativa de afirmar que o Pilates Clássico é o puro, o verdadeiro. Assim, o Pilates Contemporâneo não seria bom, ou não seria Pilates, confundindo a população e o meio ainda mais.

De verdade, se pensarmos nessas terminologias com mais atenção, todo Pilates que está sendo aplicado hoje é Contemporâneo. O Pilates Clássico foi aquele vivido no período de Joseph Pilates, herdado por seus vários discípulos, os Elders, todos aqueles que estudaram diretamente com o mestre Pilates e que a partir de seus ensinamentos criaram suas escolas e estilos. Eles formaram segundas e terceiras gerações de escolas e de profissionais.

Então, hoje somos todos contemporâneos. O que precisamos é focar na criação de parâmetros de qualidade e deixar que cada um se encante por este ou aquele estilo desta ou daquela escola. Toda escola de formação de professores de Pilates precisa sem dúvida, se fundamentar nessas raízes clássicas históricas. A partir daí, se adaptar às demandas de uma sociedade modernizada e completamente guiada pela tecnologia. Precisa ter raízes clássicas, mas incorporar as novas tecnologias do conhecimento que a ciência nos propicia.

Categoria profissional

A classe profissional de professor/instrutor de Pilates já existe de fato, mas que não é formalizada. Portanto, não é ainda reconhecida pelas instituições públicas federais do Brasil. Dezenas de milhares de profissionais hoje vivem exclusivamente do ministério de aulas de Pilates. A união desta classe profissional se faz urgente, para que sua essência, filosofia, princípios e repertório não se percam.

Conselhos profissionais de outras profissões como o CONFEF, da Educação Física, e o COFITO, da Fisioterapia, tentam criar a cultura no Brasil de que Pilates é uma especialidade destas profissões, quando de verdade não é. Existem intersecções entre Pilates e Ed Física ou Fisioterapia, mas estão longe de serem a mesma coisa. Desde suas bases, sua forma de pensar o corpo e o movimento. Este conselhos ainda disputam entre si a exclusividade da aplicação do método Pilates. Isso só acontece no Brasil.

Pilates tem filosofia, fundamentos, equipamentos e repertório próprios. Portanto, só quem possui a formação em Pilates, uma formação consistente, está de verdade apto a trabalhar com o método. Durante muitos anos, trabalhei no sentido de unir a classe, reunindo profissionais oriundos das mais diferentes escolas brasileiras, descendentes de diferentes Elders, e também internacionais, para discutirmos parâmetros de referência que norteassem a profissão no Brasil.

PMA e CNPP

Nos EUA, conseguimos criar a PMA (Pilates Method Alliance), há mais de duas décadas, quando reunimos os grandes mestres ainda vivos do Pilates. Participei de todo o processo da PMA desde o início e cultivei o sonho de criar uma instituição semelhante no Brasil. Fundamos na Bahia a  Associação Bahiana de Pilates (ABAPI). Depois de 6 anos de muitas viagens e conversas pelo país, conseguimos fundar a Aliança Brasileira de Pilates (ABRAPI), que durou alguns anos. Mas por falta de organização e administração profissional adequadas também fechou.

Hoje, temos o Conselho de Normas Padrão do Pilates (CNPP), fundado por um advogado e sua esposa professora de Pilates, que conseguiu reunir um bom número de profissionais de referência no país, interessados na longevidade do método. O CNPP já conseguiu grandes avanços no sentido estrutural e organizacional, apesar de sofrer constantes ataques de escolas de baixa qualidade. Estas, pensando apenas nos lucros imediatos, não desejam organizar e parametrizar a profissão, com receio dos investimentos que terão que fazer para se enquadrarem em padrões mínimos de qualidade. Muito trabalho ainda a ser feito.

Pensando a longo prazo, ainda existe espaço para crescimento do Pilates no mercado?

Sim, o Pilates no Brasil possui muito espaço e longevidade garantida. Mas isso dede que consigamos criar referências de qualidade para o consumidor e o profissional.

Por falar em mercado, qual dica você dá aos profissionais que pretendem ingressar na área de Pilates no Brasil?

Primeiramente, eles precisam se interessar e gostar de movimento. Em seguida, devem buscar uma escola de qualidade, com um currículo mínimo de 450 horas. Além disso, a formação precisa incluir o trabalho de solo (Mat Pilates) e em equipamentos, com material teórico, muita prática e a história do método. A prática precisa ser pessoal, de ensino e com estágios (ou observação e assistência).

Não abra mão de buscar uma formação que seja dirigida por um profissional experiente. Ou seja, com no mínimo 10 anos de experiência de ensino em Pilates e uma formação com origem nas escolas dos Elders. Os profissionais que ministram os cursos precisam de pelo menos 5 anos de experiência de ensino de Pilates. Além disso, também de uma formação com uma escola com estas características, conteúdo e carga horária.

Pilates é coisa séria, leva tempo para um entendimento mais profundo e muito estudo e prática.

Aproveitando que estamos falando sobre mercado, há muitas especulações em torno de quem pode fazer a formação em Pilates. Resumidamente, você pode esclarecer essa questão?

As leis brasileiras garantem que qualquer pessoa pode se formar e trabalhar com o método. No mundo todo, é uma formação que acontece por meio de escolas livres. Portanto, essa tentativa de os conselhos profissionais de Educação Física e Fisioterapia tornarem o Pilates uma prerrogativa exclusiva destas classes é ilegal.

Já perderam em todas as instâncias federais e também em processos judiciais por todo Brasil. Ademais, o argumento é inconsistente. O que existe é uma tentativa de criar uma cultura e fazer uma reserva de mercado. Isso, a fim de garantir que estes profissionais se mantenham filiados e pagando taxas para estes conselhos.

Ainda em relação à formação, o que o profissional deve levar em conta na hora de escolher o curso de Pilates no Brasil?

Importante levar em consideração as características já mencionadas no decorrer desse texto, em termos de características da escola e conteúdos. Mas acrescento que cada escola originária tem sua linha de trabalho e pensamento, cabendo a cada um encontrar aquela que preenche suas crenças e necessidades.

Eu escolhi a Polestar Pilates, porque ela tem uma visão holística sobre o corpo e o movimento humano, associada ao que existe de mais contemporâneo em estudos científicos sobre corpo e movimento, controle motor, sistema de tensegridade (fáscias) e a integração de todos os nossos sistemas corporais. No entanto, sem perder de vista sua origem, valorizando todo o conteúdo histórico e filosófico do mestre Joseph.

A Polestar introduziu no mundo do Pilates o raciocínio crítico para cada exercícios do repertório. Assim, tornou o método mais seguro e versátil. E, ademais, adaptável a qualquer pessoa, por maiores que sejam as limitações físicas, mentais e emocionais. A Polestar foca, portanto, na interdisciplinaridade, nos diversos conhecimentos e contribuições que cada área profissional pode trazer.

Acreditamos que juntos somos melhores e mais completos, mais eficientes nos resultados que podemos oferecer aos nossos clientes. A Polestar Pilates foi também pioneira no currículo de Pilates para prevenção, reabilitação e pós-reabilitação, trazendo a esse meio profissional, uma compreensão científica do Pilates. Ou seja, consequentemente, temos mais segurança na aplicação do método para pacientes, uma população de maior risco.

#maisquepilates, Alice Becker, Physio Pilates
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