Quando planejamos uma aula de Pilates, diversos fatores devem ser levados em consideração: as necessidades dos alunos, o tamanho do grupo, o tempo disponível, a experiência e perfil dos participantes e do próprio instrutor, dentre outros aspectos.
Como consequência, há professores que conduzem aulas com músicas e outros que optam por concentrar-se nas indicações verbais dos exercícios. Algumas aulas são realizadas em duplas ou grupos maiores, enquanto outras trabalham individualmente a necessidade de cada aluno. Podem ser utilizados equipamentos mais tradicionais do Pilates ou acessórios variados no solo. Existem diferentes formas de realizar uma aula de Pilates e, pensando em orientar outros profissionais a dinamizar as suas, o educador da Polestar Pilates na Espanha e criador do Runnity, Blas Chamorro, criou o workshop “Movendo o Cérebro”.
Durante a 6ª Conferência Physio Pilates, que decorreu nos dias 16, 17 e 18 de novembro/2018 em Salvador, na Bahia, Blas Chamorro misturou coordenação, ritmo, resolução de problemas e jogos numa aula muito estimulante. Durante o workshop, Blas apresentou estímulos para trabalhar diferentes partes do cérebro em relação ao movimento e os participantes puderam desenvolver em conjunto novas formas de dinamizar suas aulas de Pilates. A evidência e o embasamento científico, aliados à sua metodologia didática eficaz, são grandes diferenciais de Blas como professor, por isso aproveitamos a oportunidade para entrevistá-lo sobre a dinamização de aulas de Pilates e reunir algumas dicas.
Pergunta: Você acha importante que os professores de Pilates criem aulas dinâmicas para estimular seus alunos?
Resposta: Sim, penso que precisamos ser flexíveis em nossas aulas para dar oportunidade a nossos alunos de encontrar e explorar novas opções de movimento para resolver cada vez melhor suas atividades da vida diária. Variar ritmos, contextos, combinações desafiadoras de movimento, locomoções diferentes e equipamentos variados que ajudem a estas dinâmicas… sempre penso que são uma grande ideia.
P: Você acredita que a música é essencial no trabalho do Pilates?
R: Não diria que música é essencial neste trabalho, mas sim muito interessante para conectar o movimento com emoções que a música produz. Também é um estímulo para encontrar o ritmo que se pretende durante o movimento. Dito isto, há aulas com silêncio e poucas indicações que também são muito interessantes para trabalhar áreas do cérebro relacionadas com a calma.
P: Aulas em grupo ou individuais: quais são as mais desafiantes para o professor de Pilates?
R: Sou um fiel defensor das aulas em grupo. Penso que o ambiente mais funcional e natural na vida é quando cada um é o responsável por suas decisões de mover-se. As aulas privadas tem muito valor quando há necessidades concretas que não se possam desenvolver com êxito nas aulas grupais. Penso que quanto antes os alunos de aulas privadas cheguem às aulas de grupo, maior é a habilidade do professor de Pilates.
P: Se você pudesse selecionar três dicas para um instrutor de Pilates, quais seriam?
R: Penso que as principais dicas seriam:
• Faça o movimento com o rigor e a concentração que este requer;
• Permita que seus alunos descubram sua própria inteligência de movimento;
• Tente encontrar a emoção positiva para que o movimento possa integrar-se no cérebro.
Há diferentes abordagens possíveis numa aula de Pilates e diversos fatores a serem considerados ao planejar um programa de aulas, mas podemos concluir que é fundamental estarmos atentos às necessidades e perfil de cada aluno, fazendo com que eles busquem desenvolver formas próprias de se conectarem com o movimento – seja durante as aulas ou em suas rotinas diárias.
Orientar os alunos e pacientes na jornada do movimento é um desafio contínuo que deve estimular a criatividade, curiosidade e capacidade de evoluir dos instrutores. Por isso crie, explore, experimente! E se quiser conhecer mais algumas dicas de Blas Chamorro para as suas aulas, confira estes conteúdos da Revista +Q Pilates.