por Andressa M. Moreira
Oi gente! Nos dias 15, 16 e 17 de junho de 2017 aconteceu em Imbassaí – Bahia o Encontro de Educadores – Pilates com Qualidade – e eu tive a honra de participar desse momento tão especial à convite de Silvia Gomes, organizadora do evento. Vou contar o porquê de ser especial:
Vivemos um momento muito complexo e delicado do método Pilates no Brasil, mais especificamente. Para falar um pouco mais sobre isso, vamos olhar um pouquinho para trás historicamente.
Temos relatos que o Pilates, como método, foi trazido para o Brasil no início da década de 90, sob o olhar de Alice Becker, depois de conhecê-lo nos Estados Unidos, onde ficou uma temporada estudando dança. Lá observou que seus colegas praticavam aquele sistema de exercícios como forma de aprimorar a prática da dança e também como reabilitação para eventuais lesões. Alice então, no seu retorno ao Brasil, importou um Reformer e o colocou em casa, para utilizá-lo da mesma forma que o conheceu. Nisso, seus amigos e colegas bailarinos brasileiros começaram a utilizar o equipamento para seu aprimoramento sob sua orientação. Mais ou menos na mesma época, Inelia Garcia, Cristina Abrami, Elaine de Markondes também iniciavam seu caminho com Pilates em diferentes lugares do Brasil.
De lá para cá, o Pilates foi ficando mais conhecido por todos os benefícios que proporciona, não só para bailarinos, mas para a grande maioria das pessoas, inclusive sendo reconhecido e indicado pelos colegas da área da medicina como uma forma de exercício seguro e eficaz.
Acredito muito no método como forma de higienização corporal, prevenção de enfermidades osteo-musculares e reabilitação de diversas patologias. Como fisioterapeuta, reconheço que é uma excelente ferramenta cinesioterapêutica e muito mais, é aprender a mover-se com qualidade. E é aí que quero chegar: MOVER COM QUALIDADE.
Entendo o método Pilates assim, mover com qualidade. Compreender para aplicar. Praticar para sentir. Estudar o básico, praticar o básico, aplicar o básico muitas vezes complexo para assim evoluir. E isso leva muito tempo. Tempo e humildade.
E o que acontece nos dias atuais? As pessoas tem pressa. Pressa para aprender um sistema de exercícios altamente complexo, que demanda muito tempo para ser compreendido na mente, no corpo e no espírito. Enxergam erroneamente no método a sua tábua da salvação para possíveis frustrações profissionais acreditando que o Pilates vai salvar sua agenda profissional e suas expectativas financeiras.
Vamos refletir? Se você está pensando em fazer uma formação em Pilates, faça as seguintes perguntas a si mesmo:
• Eu gosto de me movimentar?
• Eu gosto de praticar uma atividade física?
• Eu me informei o suficiente sobre o que é Pilates?
• Antes de fazer um curso, já pratiquei antes?
• Entendo que o Pilates não é uma simples reprodução de exercícios que tem em uma apostila ou vídeos de internet?
• Que não basta ser fisioterapeuta e ter conhecimentos em cinesiologia e cinesioterapia para ser um bom candidato a trabalhar com Pilates?
• Que não basta ser educador físico e ter conhecimento em fisiologia do exercício e biomecânica para ser um bom candidato a trabalhar com Pilates?
• Que profissionais graduados em dança também podem ser excelentes candidatos a trabalhar com Pilates?
• Que a formação básica é longa e eu devo estar preparado para isso?
• Que a formação tem que ter muita prática para ser considerada boa?
• Que meus formadores devem ter muita experiência no MÉTODO PILATES para ministrar cursos de formação?
• Que mesmo depois de formado, devo continuar praticando?…
Observando o pessoal que tem no Pilates a esperança do seu sucesso profissional existem diversas empresas oferecendo formações “express“, juntando um número alto de exercícios soltos, sem fundamentação e sem prática alguma. E outras empresas oferecendo o sonho do negócio próprio com equipamentos de qualidade duvidosa a um preço tentador. É uma pena… você pensa em economizar tempo e dinheiro e quando se dá conta, foi enganado. As pessoas deveriam compreender que o mais importante é entender o movimento e não ter na manga um número infinito de exercícios que já são a variação da variação. Menos é mais, ou como diria Joseph Pilates, “nem muito pouco, nem em excesso.”
Voltando lá pro início do post, onde contei do Encontro de Educadores, estavam presente duas das mais importantes pessoas relacionadas ao Pilates no Brasil, Alice Becker e Inélia Garcia. Foi muito importante esse momento, pois elas representam importantes escolas de formação no país e deixaram seus interesses de lado para colocar a preocupação com a qualidade em primeiro lugar. Foi um final de semana de comprometimento de colegas que tem respeito e admiração pelo trabalho um do outro e sobretudo, pelo Pilates.
Desse momento nasceu o comprometimento das pessoas ali presentes em divulgar a importância de preservar a qualidade do método Pilates no Brasil e é isso que tento fazer com esse post. Trazer a reflexão de quem lê. Você se importa e está colaborando para isso?
Um abraço,
3 Comentários. Deixe novo
Olá pessoal, tudo bem?
Navegando na internet encontro esse texto que escrevi no blog do meu site no dia 30.08.2017, relatando minha experiência no Encontro de Educadores em 2017.
Achei estranho pois ele aparece assinado por outra colega aqui na Revista. Gostaria que fosse corrigido esse engano.
Esse texto originalmente publicado encontra-se no link:
https://andressamoreirapilates.com/pilates-com-qualidade-uma-reflexao/
Grata desde já.
Andressa M. Moreira
Boa tarde Andressa, tudo bem contigo?
Pedimos desculpas, ocorreu um erro de indexação da base de dados, mas já fizemos os ajustes necessários.
Muito obrigada pessoal.
Abraço