Em tempos de grande interesse pela longevidade e qualidade de vida, envelhecer poderia ser o verbo que mais quiséssemos adiar. Mas ao invés de adiar esse processo natural de nossa vida, podemos optar por envelhecer com saúde, que é aquele “pleno bem estar físico, psíquico e social” que OMS definiu em 1947.
Apesar do aumento de estudos sobre longevidade ser mais evidente do início do século até a atualidade, há 2500 anos, Hipócrates já sabiamente descreveu:
“As partes do corpo que se mantém ativas envelhecem com saúde enquanto as inúteis ficam doentes e envelhecem precocemente”.
E lá por vias de 1945, Joseph Pilates também contribuiu dizendo que: “o guia real para sua idade verdadeira não está nos anos ou em como você acha que se sente, mas como você de fato é. Indicado pelo grau de flexibilidade da sua coluna ao longo de toda sua vida”. Nosso mestre dizia:
“Se a sua coluna for inflexivelmente dura aos trinta, você é velho. Se ela é completamente flexível aos sessenta, você é jovem!”
A ciência e a experiência com a prática diária do mover vem nos mostrando que os idosos podem possuir muitas características presentes em pessoas mais jovens. E que a aptidão física aprimorada, retarda o envelhecimento e confere proteção em termos de saúde e possível longevidade (Mc Ardle, 2003).
“Envelhecer com saúde é um direito e um dever de todos nós” (Prof. Dr. Wilson Jacob Filho, FMUSP).
Parafraseando em prol a um dos principais fatores que contribui com esse envelhecimento saudável: “Mover com destreza e com prazer é um direito e um dever de todos nós”. Afinal, se queremos prolongar nossas capacidades funcionais e com qualidade, cabe a nós mesmos fazer algo para que isso de fato aconteça. E em vias de uma sociedade cada vez mais sujeita ao sedentarismo, precisamos tomar a iniciativa e nos mostrarmos responsáveis pelo nosso próprio corpo e pela nossa própria saúde.
“É nosso dever atingi-la e mantê-la”! (Joseph Pilates, 1934)
Nós profissionais do movimento, que diariamente trabalhamos com pessoas das mais diferentes idades (cronológicas ou não) podemos compartilhar essa nossa experiência de ver as pessoas rejuvenescendo a cada aula.
“A postura da gente é uma construção. Estamos fazendo nosso retrato no ateliê da vida. Compondo-o com nossos vícios, nossos gestos, nossos medos.” (Elisa Lucinda)
“O que em nós alonga ou encurta, em que posturas estamos mais saudavelmente confortáveis, como dormimos, em que colchão? Quantas vezes nosso intestino funciona? Tudo está em jogo. E diante de tantas descobertas e avanços científicos sobre qualidade de vida, já não precisa mais haver aquele velhinho acabado. Pode-se “envelhecer”, dignamente e erguido, se possível. Afinal, a velhice é o nosso horário nobre. Que a sabedoria desta hora tenha morada num corpo saudável” (Elisa Lucinda).
Você que se esforçou no inicio, se move diariamente e hoje sente prazer em se mover, pode nos contar aqui como foi o inicio e/ou esta sendo sua experiência com a escolha de movimento que fez para sua vida?
Qual a sua idade de mover?
Referências:
MC ARDLE, William D. Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5ª ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan, 2003.
PILATES, Joseph H. A obra completa de Joseph Pilates. 1ª Ed. São Paulo, Editora Phorte, 2010.
LUCINDA, Elisa. Parem de falar mal da rotina. São Paulo, Ed Lua de Papel, 2010.
FILHO, Wilson J. Atividade Física e Envelhecimento Saudável. Revista Brasileira de Educação física e Esporte, São Paulo, v. 20, p. 73-77, Set 2006.
Foto: D. Janete, 85 anos, minha aluna de pilates há 5 anos.