Por Aline Haas
O Método Pilates foi criado e desenvolvido pelo autodidata alemão Joseph Hubertus Pilates com a finalidade de desenvolver a completa coordenação do corpo, da mente e do espírito (PILATES e MILLER, 2000). Ao longo dos anos, o Método foi transmitido de seu criador para seus discípulos. Esses discípulos, após a morte de Joseph Pilates, se responsabilizaram por ensinar outros discípulos, transmitindo o Método de uma geração para a outra, de forma que os exercícios e os princípios fossem preservados.
Num primeiro momento, poucos estudos e pesquisas foram desenvolvidos apresentando dados científicos que comprovassem os benefícios do Método Pilates. Os interessados no Método e discípulos de Joseph Pilates publicaram livros que abordavam assuntos relativos à história, princípios, tipos de exercícios e características do Método. Porém, nos últimos 15 anos, após o grande “boom” do Método Pilates no mundo, as pesquisas e estudos científicos nessa área aumentaram significativamente.
O primeiro artigo científico publicado sobre o Método Pilates foi desenvolvido por Self et al. (1996) nos Estados Unidos. Esse estudo analisou a cinemática do joelho e forças aplicadas no movimento da dança demi-plié, na quinta e primeira posição, executado de pé e no aparelho Reformer com duas e quatro molas. Já, o primeiro artigo científico publicado no Brasil foi no ano de 2004 (KOLYNIAK et al., 2004), também na área da biomecânica do Método Pilates, 8 anos após a realização do primeiro artigo científico na área.
A maior produção de artigos na área do Método Pilates é na língua inglesa, sendo realizadas pesquisas em diversos países: Estados Unidos, Austrália, Inglaterra, Itália, Turquia, Espanha, Canadá, Polônia, Portugal, China, Coréia, Irã, Cuba, Costa Rica, África do Sul, Grécia, Irlanda, Brasil. O Brasil é um dos países que mais produz pesquisas no Método Pilates em diferentes universidades brasileiras. As áreas de maior produção científica relacionadas ao Método são: dor lombar, força e resistência muscular, biomecânica, reabilitação, flexibilidade, qualidade de vida, composição corporal.
A maioria das pesquisas realizadas demonstram ganhos e benefícios nos resultados atingidos através da prática do Método Pilates em diferentes populações e utilizam a metodologia do Método Pilates contemporâneo, tanto em relação ao protocolo de exercícios, quanto em relação à utilização de aparelhos.
Para finalizar, destaco que os resultados obtidos em pesquisas sobre o Método Pilates podem trazer respostas para muitos questionamentos que surgem na prática diária de um instrutor, entre estes, podemos citar: Como o corpo trabalha durante a realização do exercício do Método Pilates? Por que os exercícios são realizados em diferentes ângulos ou resistências? O que deve ser trabalhado com o cliente? Como? Quando?
É necessário que entendamos sobre o método e nos mantenhamos atualizados sempre em busca de respostas para situações diárias ou inusitadas. Muitas vezes a nossa dúvida já foi pesquisada e respondida há tempos atrás e existem diversas fontes disponíveis para nos mantermos em dia com os estudos.
REFERÊNCIAS
1) Pilates JH, Miller WJ. Complete Writings of Joseph H. Pilates – The Authorized Editions. 1ª ed. Philadelphia: Bainbridge Books, 2000. 150p.
2) Kolyniak IEGG, Cavalcanti SMB, Aoki MS. Avaliação isocinética da musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco: efeito do método Pilates®. Rev Bras Med Esporte. 2004, 10(6): Nov/Dez, 487-490.
3) Self BP, Bagley AM, Triplett TL, Paulos LE. Functional biomechanical analysis of the Pilates-based reformer during demi-plié movements. J Appl Biomech. 1996;12(3):326-37.