Por Bianca Dore
A labirintite é uma doença do ouvido que afeta o labirinto e suas estruturas responsáveis pela audição (cóclea) e pelo equilíbrio (vestíbulo). As pessoas costumam chamar qualquer distúrbio na região do ouvido interno de labirintite. O termo correto é labirintopatia, sendo labirintite uma delas.
As causas da labirintite ainda não são claras. Mas sabe-se, porém, que infecções e inflamações sejam as principais causas para a doença, como a otite média e o resfriado. Outros fatores, ainda que com menos frequência, também podem provocar labirintite, a exemplo de tumores, doenças neurológicas, compressões mecânicas, alterações genéticas, alergias e o uso de medicamentos perigosos para a saúde do ouvido interno.
Na labirintite, as áreas do ouvido interno ficam inflamadas e irritadas, fazendo os nervos do vestíbulo enviarem sinais incorretos ao cérebro como se o corpo estivesse se movendo. No entanto, outros sentidos, como a visão, não detectam esse movimento, causando uma confusão entre os sinais recebidos pelo cérebro e, consequentemente, a perda das noções de equilíbrio.
Causa vertigens, tonturas, náuseas, vômitos, redução ou até perda de audição, além de zumbidos e, em alguns casos, até queda de cabelo. Porém, é importante alertar que muitas das labirintites estão acompanhadas de problemas da coluna cervical que, além das queixas acima, podem também cursar com formigamento ou sensação de desconforto em braços e/ou mãos e peso, queimação ou desconforto na coluna.
A labirintite afeta 33% das pessoas em alguma fase de suas vidas, mas na terceira idade essa estatística alcança os 65%, segundo dados do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O método criado por Joseph Pilates promove resultados significantes para a saúde das pessoas com este problema. Em geral pode auxiliar a desenvolver os sentidos através do autoconhecimento e a manter o equilíbrio fortalecendo determinados músculos do corpo.
O componente de conexão mente-corpo com a prática do Pilates aumenta o bem-estar, especialmente importante quando você está lidando com depressão e estresse, bem como os efeitos físicos da doença. O fortalecimento dos tornozelos e quadris, paralelo ao trabalho proprioceptivo, incluindo a estabilização e mobilidade da cervical, podem ajudar a manter o equilíbrio até que a inflamação do ouvido interno recue. Além disso, músculos bem desenvolvidos evitam transtornos comuns como quedas. Um prato cheio para nós pilateiros, não acham?
O direcionamento do olhar tão importante na realização dos exercícios de Pilates ganha uma importância maior com esse grupo de clientes. Ensinar a manter um ponto fixo principalmente quando o corpo esta em movimento e numa fase mais avançada, direcionar o olhar com os movimentos dos membros superiores ajuda a treinar os reflexos vestibulares e cervicais.
A propriocepção neste caso inicia-se com os movimentos oculares, em seguida com a posição da cabeça, movimentos cervicais, exercícios de controle postural em várias posições e, assim por diante, até que compreenda todo o corpo e o aluno seja capaz de utilizar uma superfície instável, se for realmente necessário.
Exercícios básicos como o Footwork no Reformer devem ser evitados, pois o vai e vem do carrinho, coloca o sistema vestibular em situação de estresse. Modificações frequentes de posicionamento também devem ser evitadas.
A prescrição correta do exercício para um aluno que sofre com as labirintopatias é crucial para melhora ou piora do quadro clínico, portanto é necessário estudar cada aluno e assim reconhecer a hora correta de cada exercício. A atenção será sempre necessária e o Pilates uma excelente escolha!